O futuro da mobilidade aponta na direção dos veículos autônomos. Conforme o levantamento feito por Fagnant e Kockelman [1], os benefícios incluem redução de acidentes e fatalidades, diminuição de congestionamentos e economia na construção de estacionamentos. Entretanto, Fagnant e Kockelman também apontam barreiras para a adoção de tais tecnologias, com questões relacionadas aos custos, certificação, segurança e percepção pública dos sistemas de veículos autônomos. Bonnefon e Shariff [2] expõem desafios de ordem moral para a implantação dessas tecnologias: em casos de acidentes inevitáveis, os veículos autônomos devem priorizar a segurança de seus ocupantes ou de pedestres?
Assim, a disseminação dos veículos autônomos não será imediata. Bansal e Kockelman [3] estimam a presença de automação nível 4 - na qual não é requerida nenhuma atenção do motorista - entre 24% e 87% em 2045, na frota dos Estados Unidos. A médio-prazo, portanto, é necessário desenvolver a integração e conciliação dos veículos autônomos com os veículos convencionais, de forma a minimizar o impacto na infraestrutura atual.
Para isso, os designers da empresa Questtonó criaram o conceito dos Digital Rails [4], propondo a criação de faixas exclusivas para veículos autônomos e um sistema para a coordenação de semáforos. Usando os Digital Rails, os veículos teriam ainda a capacidade de formar comboios, com o potencial de aumentar a eficiência do sistema.
Este trabalho consiste em realizar um refinamento técnico e análise dos conceitos apresentados no Digital Rails aplicados ao trânsito de uma grande cidade, como São Paulo, resultando em conclusões científicas sobre a proposta da empresa, a serem publicadas em um artigo científico. Para isso, além de estudar a literatura recente na área, faremos uso de simulações de trânsito no InterSCity simulator [5], um simulador de cidades inteligentes de larga escala baseado em agentes.
Nosso método de trabalho consistirá em iterações de aproximadamente um mês com a equipe da Questtonó, guiadas por reuniões nas quais apresentaremos as dificuldades encontradas e soluções adotadas na iteração anterior e definiremos a direção do trabalho na seguinte. É altamente provável que cada iteração trará a necessidade de adicionar novas funcionalidades ao InterSCity simulator.
Realizamos a primeira reunião com a equipe da Questtonó, onde fomos apresentados à proposta. Definimos o conteúdo da primeira iteração, que consiste em uma simulação com o escopo limitado a uma única via (modelada de acordo com alguma via real da cidade de São Paulo) sinalizada com semáforos, visando o entendimento do comportamento do tempo de viagem em função dos parâmetros do sistema de semáforos.
Complementamos a documentação do InterSCity simulator, esclarecendo o processo de instalação e configuração do simulador. Documentamos o processo da geração de mapas para entrada no simulador, a partir do OpenStreetMaps e de ferramentas do MATSim [6], outro simulador baseado em agentes. Começamos a implementar a funcionalidade de semáforos no simulador e descobrimos desafios a serem superados, relacionados com a disponibilidade de informação sobre semáforos no OpenStreetMaps.
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Estudo da literatura | X | X | X | X | X | |||
Desenvolvimento do simulador | X | X | X | X | X | X | ||
Execução de simulações | X | X | X | X | X | X | X | |
Conclusões e elaboração do artigo científico | X | X | X | X | ||||
Elaboração da monografia | X | X | X | X | X | X |