Avaliação da monografia do ano 2000 de Breno Pompeu Roberto, Claudio Seidi Takamyia e Rodrigo Souza de Castro, sobre Cache Comprimido No Kernel Do Linux.

Este trabalho recebeu inicialmente nota 4,5 e, após a recuperação, 9,0.

O texto discorre sobre a experiência do alunos durante iniciação cientí­fica em que, baseados em uma tese de doutorado, tentaram implementar compressão de cache no sistema de gerenciamento de memória do Linux, pretendendo diminuir consideravelmente o tempo de paginação (pois, de acordo com a tese, o tempo gasto com a (des)compactação da memória ainda é menor do que acesso fí­sico ao disco).

Embora nunca tenha lido (e, portanto, escrito) um relatório de iniciação, este me parece ter sido feito estritamente dentro do modelo (pela forma em que está dividido e também pelo trecho "Visou-se atingir o número aproximado de palavras sugerido para essa monografia" na seção Observações Iniciais da mesma.

Evitando comentar sobre a utilidade (ou coerência - o texto é para um aluno de graduação sem experência ou para um formando com 4 anos de vivência?) de determinadas seções, o texto está dentro do que foi requisitado: os objetivos são claros (embora o motivo da escolha do Linux - e suas implicações - talvez devessem estar numa seção à parte).

As atividades realizadas (assim como as seções Quem somos e Disciplinas Importantes) estão dentro das especificações, embora sejam apenas enumerações. Chega a ser distoante com outras seções minuciosamente desenvolvidas, como Ferramentas Utilizadas, por exemplo.

Experiências pessoais não faltam - contudo não é possí­vel saber de quem elas são.

Pessoalmente não gostei da estrutura do texto: ora por tópicos, ora por prosa. Por outro lado, é interessante a visualização cronológica de todo o andamento da iniciação: dos problemas iniciais à (não-)finalização. Quais professores e personalidades do mundo Linux participaram. E também como só descobrimos que os alunos não atingiram o resultado apenas na última linha.

Gostaria de notar também (embora não tenha relação com essa avaliação) que esta dissertação deixa cair por terra a idéia de que a comunidade do software livre é dotada de pessoas sempre dispostas a ajudar e que sempre achamos a informação de que precisamos.



Avaliação da monografia do ano 2001 de Andrei Goldchleger, sobre Ambiente Gráfico Para O Projeto CAGE.

Este trabalho obteve nota 9,5.

Antes da leitura da monografia fiquei imaginando onde estaria o encanto em se fazer uma interface gráfica como projeto de formatura. Seria algo do mesmo nível de fazer uma "página web", proposta menosprezada na aula de Mac499 deste ano. Bastou ler a introdução para perceber que meu conceito estava errado.

Esta iniciação procurou desenvolver uma ferramenta gráfica (e de fácil utilização) para que pesquisadores do projeto CAGE pudessem analisar uma infinidade de informações advindas de experiências sobre genes e armazenadas em um banco de dados.

A estrutura - dividida em seções numeradas - deixa claro a utilização do modelo da monografia. Ao contrário do trabalho acima, o texto transcorre não como uma relação metódica de fatos; do início ao fim temos um texto que transcorre organizadamente.

O texto é acessível a um graduando leigo, pois na introdução são dadas definições sucintas dos termos peculiares ao assunto e também do objetivo da iniciação. Vários gráficos foram adicionados para facilitar a compreensão.  É curioso notar como em quase todas as seções da monografia o autor fala sobre os problemas que tiveram: a escolha de uma ferramenta e os problemas que ela trouxe; o desenho de uma interface e suas implicações. Talvez a iniciação analisada anteriormente tenha tido mais problemas (o que é uma interface gráfica comparada à complexidade de um kernel?), porém esta, devido à frequência com que se nota ou aos pormenores com que são descritos as dificuldades, teve aparentemente muito mais obstáculos. A metodologia empregada foi sempre bem descrita, em nenhum momento deixando o leitor desconhecedor sem entender do que se tratava (eu mesmo não sabia o que era PICTIVE).

A despeito de estar correta, a Parte Pessoal poderia ter sido escrita em outro formato que não o pergunta-resposta presente no modelo de monografia. Talvez os avaliadores gostem desse formato para facilitar o julgamento do trabalho, mas um título mais neutro (não em estilo de questão) seria mais condizente com a estrutura da Parte Técnica.